29 julho de 2015 REPERCUSSÃO: Crise força baixa de salários e demissões em 70% das prefeituras

A redução de salários, aliada a proibição de pagamento de horas extras, além dos cortes em contratos têm sido medidas tomadas pela maioria das prefeituras em tempos da crise. Com a arrecadação em baixa, muitas cidades enfrentam um novo problema para gerir as contas públicas. Com a obrigação de não ultrapassar em 54% o comprometimento da receita corrente líquida com a folha de pessoal, conforme manda a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), a alternativa tem sido dispensar servidores.

Mais do que uma medida para conter gastos, os cortes no quadro de pessoal passaram a ser a única saída para driblar a queda na arrecadação provocada principalmente pelos repasses federais e estaduais que minguaram. A Confederação Nacional dos Municípios atesta que o orçamento de muitas cidades já não comporta mais os salários de servidores contratados.

A entidade calcula que, só neste ano, em todo país, serão R$ 1,8 bilhão a menos de dinheiro repassado às cidades por meio do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

FranciscoJoséFERMURN

“Os cortes já são uma realidade em quase todas as cidades, para não dizer todas. A situação é crítica”, afirma o prefeito de Mossoró e presidente da Femurn, Francisco José Júnior.

O aumento do déficit com a perda acumulada nos últimos meses chega a inviabilizar a manutenção das estruturas locais. “Não queria isso, porque a prefeitura é o maior empregador da cidade. Se a prefeitura demite, o comércio para, e a pobreza aumenta”, disse o prefeito de Macau Kerginaldo Pinto, que foi obrigado a demitir esta semana perto de 100 comissionados e a reduzir salários para se adequar a essa nova realidade.

“Nenhum gestor deve gostar de tomar medida desse tipo. Mas não temos escolha. É uma questão de responsabilidade. Temos de cortar na própria carne para preservar o pagamento dos servidores”, explicou o prefeito de Pendências, Ivan Padilha que também teve que reduzir salários e demitir comissionados.

Queda

A projeção do FPM para o ano de 2015 caiu R$ 1,8 bilhão depois da redução da meta do superávit fiscal, a economia para pagar os juros da dívida definida pelo governo federal.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais lidas

©2023 Blog do Wallacy Atlas. Todos os direitos reservados.