11 maio de 2016 MACAU: Túlio Lemos fala de politica, acertos, erros e família

Na semana passada um texto escrito pelo jornalista Túlio Lemos circulava nos grupos de whatsapp de Macau, que por sinal, recebeu muitos elogios pela atitude humilde que tratou um assunto polêmico; a sua família, do ônus e do bônus de quando estavam no comando do município na década de 90.

Eis o texto enviado pelo jornalista;

“Minha Família. Erros e Acertos

Hoje vou falar sobre a minha família. Seus erros e acertos.

Alguns questionam: Tulio tem boas ideias, uma história limpa, mas é filho de Afonso. É dos Tetéos. Isso é dito de forma negativa, até pejorativa. Por quem sequer conhece a história de Afonso ou da família.

Apesar de achar que devemos debater os problemas de Macau e suas soluções, já disse em outras oportunidades que não fujo de nenhum tipo de assunto. Seja do presente ou do passado. Seja assunto profissional, político ou pessoal, familiar.   

Vamos começar pela família Tetéo. Tentam impor um carimbo negativo à família, sem nenhum tipo de argumento que justifique a tentativa de rejeição.

Mesmo que possa ter havido algum problema com alguém da família no passado ou mesmo no presente, é justo generalizar negativamente todas as gerações familiares por conta de um fato isolado que pode ou não ter ocorrido? Se alguém da família Silva tiver cometido algum ato negativo eu posso dizer que ninguém da família Silva presta? Se alguém da família Meneses, ou da família Oliveira, ou da família Fernandes, ou da família Cabral, ou da família Barbosa ou de qualquer outro sobrenome cometer algum ato condenável, é correto, é justo afirmar que todos daquela família também são culpados pelo ato cometido por este ou aquele integrante?

No seu caso, que está lendo agora, se alguém que leve o seu sobrenome, cometer algum erro, você deverá pagar por este erro, mesmo que não tenha cometido ou contribuído para isso? Claro que não. Você pode e até deve ser solidário com o parente que cometeu o erro, mas não pode ser condenado junto com ele. Cada um é responsável pelos seus atos.

Digo isso não para justificar algo errado que tenha sido cometido por algum familiar no passado. Não tenho uma família perfeita, mas me orgulho da família a qual pertenço. Aliás, ninguém da família Tetéo jamais foi preso ou condenado por crime de corrupção ou coisa semelhante. Pelo contrário. Da minha família, quem ocupou algum cargo público, não deixou manchas. Deixou marcas positivas, graças a Deus.

Além da minha família paterna, minha família materna também exerceu atividade política. Meu avô, Afonso Solino, foi um exemplo de retidão, honestidade e solidariedade. Dedicado aos mais humildes e servo da Igreja, Afonso Solino é sinônimo da prática do amor ao próximo. Minha avó, Maura Medeiros Bezerra, foi uma professora que marcou época na educação de Macau. Portanto, mais uma vez, me orgulho da família que tenho. Com seus erros e acertos.

Comparei a situação para mostrar que às vezes somos injustos quando generalizamos situações dos outros. Afinal, cada um é responsável pelos seus atos. Ninguém pode ser punido por erros alheios, mesmo que sejam erros de familiares.

Quanto ao fato de alguns dizerem: Tulio é muito bom, mas é filho de Afonso. Como se fosse um defeito ou algo semelhante ser filho de Afonso. 

Sou sim, filho de Afonso Lemos e Elizabeth Lemos. Com muito orgulho. Ele foi vereador de Macau quando não recebia salário, era por vocação. Foi prefeito duas vezes e é ficha limpa, sem qualquer condenação em nenhuma esfera da Justiça. Nenhum auxiliar de Afonso foi preso por corrupção, nem ele jamais foi afastado sequer por suspeita de ato de improbidade administrativa. Afonso fez história em Macau.

Foi Afonso que abriu, no primeiro mês de governo, um pronto socorro funcionando 24 horas por dia, com equipe médica completa e medicamentos para salvar vidas.

O que hoje chamamos de Praia de Camapum, era somente uma estrada que levava a pequenas dunas perto do mar. Foi Afonso quem urbanizou e transformou Camapum em uma praia de verdade, atraindo turistas de todos os lugares. Ele achou pouco e também construiu um parque de vaquejada para realizar um evento diferente de todos que ocorriam no Brasil: A primeira vaquejada de praia do País.

Quando chovia em Macau, os arredores da Praça Dinarte Mariz ficavam alagados. Foi Afonso quem fez a primeira obra de drenagem da cidade, construindo uma galeria que fazia escoar a água da chuva para o rio, sepultando enchentes e alagamentos.

Foi Afonso quem transformou uma quadra no primeiro ginásio de esportes da cidade.

Foi Afonso que transformou um beco imundo em um calçadão, ligando o Mercado Modelo ao Centro da Cidade. Até hoje o Calçadão José Ribeiro da Costa serve à população e o local gerou emprego e renda para muita gente.

Foi Afonso quem calçou e urbanizou ruas dos distritos, principalmente em Barreiras e Diogo Lopes, onde também construiu escolas.

Era Afonso quem comandava as tardes de domingo com Rua de Lazer para crianças e jovens. Diversão gratuita e sadia.

Foi Afonso quem estabeleceu reajuste de salário dos servidores públicos vinculado ao aumento do FPM. Como havia inflação, todo mês o FPM aumentava e o salário do funcionalismo aumentava também.

Foi Afonso que criou o Carnaval de rua, com trio elétrico para a população. Também foi Afonso que criou o Carnaval à noite na Praça, dando opção para quem não podia pagar entrada no clube.

Foi Afonso quem transformou um local em ruínas, conhecido como gabiru, em um centro comercial que funciona até hoje, gerando emprego e renda para muitos macauenses.

Era Afonso que, mesmo sendo prefeito, continuava a andar de moto e frequentar os locais públicos, como o mercado, sem nunca ter mudado de vida. Coisa que faz até hoje.

Desculpem a falta de modéstia, mas foi no governo de Afonso que Macau conheceu a melhor primeira dama de sua história, Elizabeth Lemos, humilde de coração; e sempre com a mão solidária estendida para prestar assistência aos mais carentes. Ela não está mais fisicamente aqui entre nós, mas seu legado jamais será esquecido pela população macauense.

Portanto, poderia falar ainda muito mais sobre a gestão de Afonso, que deixou marcas positivas em seu governo, apesar dos poucos recursos daquela época.

Mas também houve erros na gestão de Afonso. Sejamos justos e verdadeiros.

Por falta de planejamento, houve atraso no pagamento de servidores e fornecedores.

Houve desorganização administrativa que culminou com obras inacabadas.

Poderia ter havido um trabalho de industrialização da cidade, mas não houve.

Ou seja: houve erros e acertos. Assim como erros e acertos ocorreram nas demais gestões. A história vai julgá-los.

Alguns questionam o temperamento meio explosivo de Afonso. É verdade. Há excessos que poderiam ser evitados. Outros questionam o fato de Afonso ter cometido desvio de conduta por ter filhos fora do casamento. Também é verdade.

Não concordei e não concordo com os erros cometidos.

Porém, quem nunca errou que atire a primeira pedra.

Não é buscando erros pessoais ou no passado que construiremos uma cidade mais moderna e melhor para todos.

O tempo do radicalismo passou. Era a época do Tigibu e Camaleão, do Bacurau e da Arara, do verde e do vermelho. Esse tempo cumpriu seu papel. E não volta mais. Não deve voltar mais. Os tempos são outros.

Não vamos discutir questões familiares. Vamos debater ideias. Não vamos perder tempo com agressões pessoais, vamos debater projetos.

A hora é de união em torno de uma Macau melhor e diferente, com serviços públicos funcionando e empregos sendo ofertados para ocupar nossa mão de obra, potencializando nossas riquezas naturais e transformando tudo que Deus nos deu, em benefícios para a população.

Que Deus abençoe a todos.

Abraço de Tulio Lemos”

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